A Farsa do (Ser)
19 anos mal vividos na boa vizinhança
Digerindo informações, vomitando simpatia
Cegando meus olhos do infinito de outrora
A anti-embriaguês bizarra do ser normal.
Eis a topada vivificante, ressentir-se como o antes
que nunca foi, por ter medo de ser o que sou.
Tentar domar o indômito, tentar reviver o necrosado.
Passar de mão em mão, língua em língua, sonho em
sonho.
Buscar algo. Quem tem as respostas?
Tragar algo. Minuciosamente testado, aprovado
e indicado por todos.
A insone maldade das conveniências e do egoísmo.
Sorvendo tudo. Todos. Eu mesmo, em meio ao meu deserto.
Sou um mestre na arte de ser o que não sou
Sou um mestre da arte do suicídio carismático.
A morte absoluta de Manoel Bandeira. Quero morrer!
Quero reviver sendo quem nunca fui. Eu mesmo.
(Arthur Accioly Pereira)
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