A Garganta da Serpente

Arlinda Lamêgo

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BOLERO

Parece ontem... Ao som dos boleros
Eternos e sem idade,
Na idade que dourou as nossas vidas
Misturamos nossas almas com dourado.
Rostos colados,inebriados de juventude,
Repetíamos as palavras de amor.
Até hoje, elas nos pertencem.
Sob medida,foram feitas para mim,
O ritmo do refrão na batida do coração:
"São dois pra lá, dois pra cá"...
Vivíamos "Ao som destes boleros",
Flutuávamos nas "bolas",
Que estavam em mim, no meu vestido,
Impregnados nos cabelos, por todo corpo.
Os nossos boleros eram todos:
Boleros-samba, boleros-tango,
Boleros-samba-canção.
Ainda soa em meus ouvidos "Perfídia".
E, juntinhos,cantávamos e dançávamos,
Completávamos o nosso amor.
Sinto agora a fragrância do passado
No perfume que ainda está presente,
Onde a dança do amor leva ao futuro.
Sem vergonha de ser feliz.
São tantos os boleros em mim...
"Começaria tudo outra vez",
Que se transformou em "Caso Sério".
Bolero de Ravel, que a combina com tudo,
Com vinho branco,com champanhe, com ontem,
Com hoje , com agora,com nossa história.
Bolero especial de como tudo começou.


(Arlinda Lamêgo)


voltar última atualização: 01/05/2006
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