A Garganta da Serpente

Antônio Jackson de Souza Brandão

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A procissão de Cristo morto

Semana santa:
que festa!
que alegria para os meninos,
que alegria para as meninas:
procissão e velas,
alegria e querelas...
O povo esperando,
O som que é arrumado,
O povo que se aglomera
cria uma nova quimera...

A garoa que cai,
o padre sai
e a todos pergunta:
- Sai ou não sai?
- Sim. Pra onde vai?
O povo que quer,
crucifixo na mão,
olhar para o chão
vou correndo para frente:
o povo acompanha a gente...

A meu lado os amigos,
atrás os irmãos.
A garoa que cai
meu pai
um chapéu põe sobre minha cabeça:
meu solidéu...
O povo cantando:
Que lindo!
As imagens que vão e vêm.
A noite parece mais
escura: nosso Deus
que morreu,
nosso céu se abriu.
Quem que não viu
um dia passar
sobre o altar
tamanho sentimento
dum menino
que, de tão perto,
sentiu
esse momento?

A Garoa caindo,
O povo prosseguindo:
co's meninos na frente
dando fé, coragem
e alegria à gente:
Que visão inocente!
Onde estás que
não mais se sente?
Procuramos...


(Antônio Jackson de Souza Brandão)


voltar última atualização: 03/07/2009
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