A Garganta da Serpente

Antônio Jackson de Souza Brandão

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Sonho ruim

Não, não pode ser:
Pessoas que sobre outras
ferozes como cães
avançam, batem, esbofeteiam
e espancam: querem ver vermelho
que escorre
e pela pele emudece e escurece
desaparece o sereno,
faz-se desespero:
falar, falar, falar o quê?
Nada sei; nada sei,
Sei nada...
Desespero, agonia: bomba!
Ai meu Deus!
Não, não pode ser,
não, não quero ver:
meus olhos estão cerrados,
rosto inchado:
vem morte
que não sofre, que não pode...
vem
liberta o pobre!

(Sampa, 28.11.92)


(Antônio Jackson de Souza Brandão)


voltar última atualização: 03/07/2009
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