A Garganta da Serpente

Anselmo de Sousa Gomes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

MADRUGADA

Na costa da noite
Transeunto-me

Bebo becos
Vomito valas
Sou o trabalho arrastado das más chuvas
O cancro dos cantos desfeitos das esquinas

Fio condutor entre o sono e a labuta

O rústico e inconstante pensamento das lâmpadas
Sarau das massas asfálticas

Réstia de sombra e pó

Sou a mudez das casas
O frio das encostas
Visagem viva vindo

O sonho palpável das coisas

Mistura
Entre a voz e a impressão

Nonsense

Castelo onde coabitam Nosferatu e Quasimodo

Fluxo mole das horas


O mundo paira


(Anselmo de Sousa Gomes)


voltar última atualização: 02/07/2008
10941 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente