A Garganta da Serpente

Anselmo de Sousa Gomes

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A CHUVA É VAMPIRO

A chuva esconde todosom
Ficam todos "p" infantil
Tem uma cor de vago
Neurocompassado

A chuva é um retrato anuro
Que vem sempre para passar
Parapassar-parapassar-parapassar-parapassar
No telhado

A chuva é o microcosmo de um
E fede às vezes

Soa infantil

E cai de repente na massa gelada forte que não deve mais cair

É improvável a chuva
O CAOS
Em finas linhazinhas recortadinhas de céu
(em finos traços préparados de céu)

A chuva é murcho
Dormindo

No espelho do olhum vampiro

A chuva tufochão
Fofoficochão
Roxo

A chuva passa
Neon desligado de alguém
Mete o dedo no cérebro e remeexe

A manga pinga
Pipinga o sol

E o mar sepulta looonge
(purquepensono - mar)

Enquanto chuva: ainda vai chover
O céu guarda no bucho outro filho
Grande ou piqueno depende di mim
(de mim)

E pronto
prontoprontoprontoprontopronto
Preteouocéu
Juntotudonumsócinzapradespencar
Ááááágua!!
.
.
.
A chuva é na goteira
Na mintira do rio
A chuva é o som rebatendo e caindo
Num fim

Lodo gordo

É o pinto cagando mole
A fome de café

Vem com a chuva o trabalho
Escorregando

Passum ---------------------------------------------------------->>> Raio

A chuva era:
torrente, truvão, turva, tempestade, tormenta,
temporal, tempo, tapa no balde

A chuva chover no inverno é comum
Dessalgar o peixe é normal
Trivial na Inglaterra
(onde não é mais vampiro
nem dos bons)

A chuva é isquecer

                                        um rastro do poço que ainda em mim há e que [sobe do coração

Redemoinho à alma
É o fim
O fim
(Prestem atenção: o fim!)
Do verão


(Anselmo de Sousa Gomes)


voltar última atualização: 02/07/2008
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