TUDO O QUE RESTA
Tudo o que resta são restos ricos,
lembranças podres, eram viços?
Um sonho poético, amaranto
hoje é vivo, apenas neste Recanto.
São olhos abertos
enfim despertos.
Findando a cegueira
rumo à nova ribanceira.
Tudo o que resta é essa alma louca
buscando o pior de si, não é pouca?
Saber-se igual, apenas humana
forma abissal, agora profana.
Foi o belo inventado
tão crente e multifacetado.
Vez que nasceu e morreu, sécio
ora só existia aos olhos de Aécio.
Tudo o que restou agora se foi
outrossim era anja, hoje é choi.
Um cheiro, um cismo, uma incompreensão
eram a cura, hoje é perversão.
(Annie Nogueira)
|