DESCULPAS AO PASSADO
Desculpo-me com o passado
pela presença, perdão e enlace não dados
pelo julgamento que também manifestei
e tanta dor que igualmente exalei.
Não preciso ferir-lo mais
nossa alma, já se arrastou no cais.
Meus monstros soltaram-se
Vivos outrora, ora mataram-se.
Não preciso odiá-lo ou vê-lo morto
afinal, fora apenas outro momento torto.
Nem estragar tudo o que vivemos,
já que beleza vivida apenas guardaremos.
Foram repentes de ódio e dor
esqueçamos os amplexos do amor.
Eram espelhos a exibir aquilo que dói
hoje são ferros a expor que tudo se corrói.
A insanidade não irá mais nos ferir,
pois agora aguarda apenas o porvir.
Quiçá um dia olharemo-nos com ternura,
mui amigos, com carinho e com candura.
O que vivemos será guardado, é eterno
o que fomos foi matado, é hesterno.
E como nos vimos não mudará
retiremos todo o mal-dito, adiantará?
Mas é preciso que saiba,
que o amor doeu como saga.
E no imo, após tudo, restou o fim
agora passado, és apenas um afim.
(15/01/08)
(Annie Nogueira)
|