A Garganta da Serpente

Anna Jacinta

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CORES

As flores são azuis
No delírio violeta do homem que passa
Passa e repassa
No mesmo caminho castanho
Carregando a criança no colo
Que chora um choro colorido e enjoativo
Querendo descer do colo
Mas no chão tem barro
Barro escuro quase cinza
De tanta água que ali passou
Limo, lodo verde escuro entre espumas
Amarelas
Como o sorriso da mulher que passa cumprimentando
O homem que passa
E já no quase noite
seis e meia
cor escura
como do mulato com ginga e rebolado
mostrando brancos dentes
língua vermelha
que lambe e excita
escorrendo suor
suor no delírio violeta do homem que passa
passa e repassa
entra e sai.


(Anna Jacinta)


voltar última atualização: 19/01/2011
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