VIANDANTE
Sinto-me solitário
Viandante que vaga pelas ruas da vida
Sem porquês, como, pra onde
Alguém que a onda do mar ensina
O vai e vem perene de persistência
Placidez e ira
Buscando a alva praia que se distancia
Sinto-me como o vento
Turbulento e suave
Por entre as árvores
Entre as folhas secas
Num redemoinho eterno
Sinto-me como o olhar cauteloso do cãozinho
Em sua simplicidade
De alegrar-se com o menor carinho
E sentir as nuances de humor daqueles com que compartilha
Seus dias
Sinto-me solitário, forte, carente
Em meio a tanta gente
Com tantas histórias, tantos dramas, tantos sonhos
Que se esvaem no medo de viver
(Anna Jacinta)
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