MEMÓRIAS
Pobres sinos
Quando o ribombar do bronze
Agia na alma
Tocava os corações
Traduzia em sinais
Seu ressoar metálico
Catedral alta e bela
De esmagadora beleza
Altiva, inóspita, eterna
Poder sobre deuses e homens
Catedral, poder fortuito,
Denunciando o poder dos deuses sobre tudo
Ou da classe sacerdotal neste mundo
Onde nada é gratuito
Façam tocar os sinos
E despertar as catedrais
Os deuses se silenciaram
Esperando um novo tempo
Esperando outros deuses
Esperando outros homens
O altar da vida é a consciência
Atenta, misericordiosa e cruel
Santa e demoníaca
Traduzida em tantos nomes
Na memória infalível do tempo.
(Anna Jacinta)
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