A Garganta da Serpente

André Espínola

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Tristeza

Cantarei agora aos céus em homenagem a ti, minha princesa;
Que as musas estejam comigo e ajudem-me a louvar-te, tristeza;

Relação eterna de ódio e amor;
Sem ti, como sentiríamos a ventura de chorar?
Diga-me, ó sentimento pungente e avassalador,
Porquê sempre tornas a voltar? no entanto,
Como seria a vida sem teu negro manto?
Apenas uma sucessão de momentos sem valor;
Pois tu és a medida de valor da vida;
Tu, tristeza, és minha companheira e amiga.

De onde tiraria forças suficientes,
Para escrever este triste poema,
Se não estivesse agora com o coração quente
E completamente tomado por ti, tristeza?
És a dádiva e a desgraça de todos os grandes gênios;
És lúgubre e és luz...
Amo-te, odeio-te, minha cara tristeza,
Minha dádiva e minha desgraça,
Minha vida e minha morte.


(André Espínola)


voltar última atualização: 18/12/2006
15983 visitas desde 17/07/2006
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente