É hora de achar um porto e ancorar
Quando o antigo amor no coração desvanece
então a turbulenta tempestade aparece
com suas estrondosas e calorosas paixões
e as loucuras indomáveis e inconseqüentes das ondas;
buscando prazeres temporais
nos chamados paraísos artificiais;
e é aqui que tempestade fica mais forte;
até nossa alma fatigar-se,
entregar-se,
e o céu nublado clarear-se...
É quando as gaivotas surgem voando por sobre a gente,
pressagiando o término da furiosa tempestade,
pode-se então amar novamente.
Aquelas tranqüilas e límpidas águas aproximam-se,
aquelas que há tanto sonhei;
onde na tua praia quero deitar-me langorosamente
meu coração no teu porto ancorar com demasiado ardor
e sentir a brisa adorável do teu amor
para que nesse amor infatigável
entregarmo-nos insaciáveis
e o brilhante céu azul ficar
É hora de achar um porto e ancorar
(André Espínola)
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