A Garganta da Serpente

André Plez

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ANUNCIAÇÃO

A libertação deste meu lirismo,
É igual ao alvedrio de um louco...
Puritano que não chora pouco,
Mas que se inunda em falso otimismo.

Uma diáfana tarde poética;
Seria o espesso calor,
Ou um breve torpor,
Que acusa uma situação patética?

Ademais, não me lembro mais,
De como era o lirismo namorador,
Ou as descrições da musa em flor,
Ou mesmo a admiração da sereia, em pleno cais...

Fico perdido em águas desertas,
E caminho como um santo ladeado por desejos.
Torno-me um cúmplice de falsos cortejos,
Como jovens que se perderam em ruas incertas...

Nada mais que um recado,
Nesta forma comedida de desespero flácido!
Um grito ao melancolismo cálido,
Que me aflige como um doce pecado...

* * *

Quão grandes eram as noites em vinhedos;
Sabia tudo sobre o amor, sem rostos horrendos...
Tudo magia e amor!
Amor, amor... cantai: Amor!
As estrelas dançam rodeando os sorrisos;
Tudo girando com imensa fúria;
Que bela é a falta de lamúria;
Que belo são os dias em concisos de felicidade...

* * *

Particularmente estou farto!


(André Plez)


voltar última atualização: 26/08/2007
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