NARCISO
É assim mesmo, Narciso.
Sem o seu espelho,
Daqui por diante, o medo
Invadirá o espírito.
Aos poucos será punido:
Rugas riscarão o rosto
Sem aviso ou adorno
Do horror definitivo.
Tenho prna do eu passado
-Era feliz em demasiado,
E hoje, lhe resta um futuro
Tristonho e moribundo.
Aquele tempo era o ápice
Da grandiosa vida
Ausente de um disfarce
Ou algum tipo de agonia.
Será como nós, agora.
O mundo grande demais,
Desnudo como jamais,
Destruirá seu história.
Terá vida ordinária
Baseada na incerteza
Da beleza diária
Das manhãs rotineiras.
(Andre Hideki Ivano)
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