A Garganta da Serpente

Andrei Portugal

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AMPLO SENTIDO

na via do meu verso
arrítmico, sem métrica
singram bateleiros e navios
que vejo do mirante
e aceno saudoso pro eu-lírico
da veia que não é minha

no veio do meu anverso
sem veia, sentido ou amante
sou eu-razão institucionalizado
que lida, marca ponto e procria
pessoa comum, clichê e compasso
de danças que não sei

na eiva do meu reverso
a ti verteria o passo
no teu blues verde embalado
e entre as tuas pernas
minha língua soar faria
notas que nunca entoei

no meio das tuas vias
entre um semáforo e outro
do teu veio arrancaria
um verso, um gozo e um filho
meu anverso personificado
o eu que ainda não sou

(2005, 5 Jul)


(Andrei Portugal)


voltar última atualização: 25/02/2007
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