A Garganta da Serpente

Andityas Soares de Moura

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FLORITURA

I - PLENILÚNIO

É preciso
que
existam
alfinetes
            e
              seixos

opressões longínquas

o olho do pássaro
torna-se
amêndoa
              o menino
                      sorri
                            na claridade
triste e comovente                    da estação

A sombra de todos os
mundos contrai-se,
deliciosa e vazia,
no abatjour

ombros são como
dois pães
abandonados
sob a toalha vermelha


Rosto ameno
          quase de uma beleza tácita
                     - aquela que simplesmente
                                         exige

 

II - ARANCIA

As luzes
se apagam
                lentas e lúbricas
                como se olhos
                fossem de improváveis
                                           feras

Para onde agora, que
o caminho é sem fim ?

Gosto de tâmaras azuis

Para onde agora, que
o caminho é sem fim ?

       lençóis conservam ainda a
       loquacidade de conversas cansadas
       e alegres, oh majestades inflexíveis !

Para onde agora, que
o caminho é sem fim ?

terras já tristes e cáusticas convidam
teus alumbramentos a folgar

Para onde agora, que
o
caminho é sem fim ?

(Poemas do livro "Lentus in Umbra")


(Andityas Soares de Moura)


voltar última atualização: 02/09/2010
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