A Garganta da Serpente

Anderson Souza Oliveira

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Expresso e escrito

No silêncio quebrado pelo som da turbina,
mil turbinas bradam em mim
                              [ao silêncio temporário

Vozes lá fora gritam: É cedo! É cedo!
Eu, grito sem voz: ...? Sem voz, sem nexo
           (parte inefável, perdoem-me)

Só a imagem de um deserto me vem à mente.
Caminho por ele, sua areia é branca,
em seu oásis não há água: há lama!
Seus coqueiros são retos, dos seus cocos goteja sangue
e suas raízes se fixam no oculto.

À noite é uma mistura do negro celeste com o amarelo deslocado.

Minha orelha arrancada pode ainda escutar os gélidos ventos;
que minha sincera tinta negra escreva ainda por tempos...

Não procure regras, nem fixas formas, sei a receita,
mas não a faço em fôrmas.

Não procure lógica, nem subestime, há aqui grande profundeza.

Talvez ninguém procure, pois de fato ninguém leia,
porém, a cabo e mesmo assim,
sintetizo, escrevo:

Solidão!


(Anderson Souza Oliveira)


voltar última atualização: 02/03/2010
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