Urinário
Dói-me a cabeça da urina fétida do cão!
(Que
droga de urina!)
Reporto-me a urina inquietante e dissimulada
do ébrio mentecapto - assim o consideram - e provecto.
Da urina à saliva enervante,
dos olhares alheios ou quem sabe hipócritas;
Dos palavrões débeis, contudo, fulgurantes, expressivos do inconsciente
ou quem sabe da consciência espoliada ou talvez usurpada, porém
recorrente.
O cão urina onde lhes ensinaram,
(mas
francamente logo ali!)
o ébrio onde melhor seu corpo se situa.
Eu mesmo o antevi e, de fato passei sem muito
[ruminar
porém, não refletir depois era inevitável,
e quem sabe por fatores sociais durkheimianos, dissimulei.
Urina! Urina! É isto, que me faz doer à cabeça, é
isto que me faz revolver as células, fomentar o pensamento.
Cheiro, cheirar, eu; Cheiro de urina por todos os lados, nos canais inodoros
exala o fedor nauseante
[dos palácios!
O cheiro nada agradável e nem salutar, é o que emancipa e dignifica.
(e
enojece!
(Anderson Souza Oliveira)
|