Zéjel nº 04 (Cântico de Setembro)
No ar de Setembro os ventos frios,
Seus cantos, sussurros mui sombrios,
E a chuva, deságua os sonhos nos rios;
Quando a vida com o vento por mim passares,
Efêmera, trazendo a dor de novos ares,
E a lua e eu, não trocarmos mais nossos olhares,
E chorarmos! As estrelas que se entregam aos mares;
Poderá ser apenas mais uma tormenta forte?
Ou então o rasgar de mais um profundo corte?!
Profana vida de um coração sem sorte...
Que nos negros céus reluz como um Lord,
E aguarda fiel sua valsa com a musa...Morte!
(Anderson Del Angelus)
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