A Garganta da Serpente

Anderson Christofoletti

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POETA

I

Poeta,
O verso adusto
Ainda é teu único arauto.

Só ele portará tua paz,
Teu silêncio opimo...

Só ele calará
A ignorância
E o que vocifera
A escuridão iníqua.

II

Poeta,
Faças de carbono teu verso:
Do carvão que à chama crepita.
Verás, assim, que o diamante mais belo
Será tua poesia.

Então, rasgarás ,com tua rima arredia,
O vidro baço da realidade
E verás que, ao cegares a hipocrisia,
Pactuarás com os olhos da eternidade.


III

Por fim, Poeta,
Lembre-se que tua única confidente
Sempre será tua consciência inquieta:
Tua justiça imanente

E que tua arte nunca será extinta,
Visto que sempre haverá uma razão que a contemple
E um coração que a sinta.


(Anderson Christofoletti)


voltar última atualização: 23/10/2003
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