POETA
I
Poeta,
O verso adusto
Ainda é teu único arauto.
Só ele portará tua paz,
Teu silêncio opimo...
Só ele calará
A ignorância
E o que vocifera
A escuridão iníqua.
II
Poeta,
Faças de carbono teu verso:
Do carvão que à chama crepita.
Verás, assim, que o diamante mais belo
Será tua poesia.
Então, rasgarás ,com tua rima arredia,
O vidro baço da realidade
E verás que, ao cegares a hipocrisia,
Pactuarás com os olhos da eternidade.
III
Por fim, Poeta,
Lembre-se que tua única confidente
Sempre será tua consciência inquieta:
Tua justiça imanente
E que tua arte nunca será extinta,
Visto que sempre haverá uma razão que a contemple
E um coração que a sinta.
(Anderson Christofoletti)
|