Pensamento noturno
A noite avança negra, pastosa e medonha,
Ponho-me a pensar em minha existência:
Existência só, existência pouca, existência tristonha.
Meu pensamento navega: revirando coisas, descortinando horrores:
Sinto arrepios, meu corpo pouco é atacado por violentos tremores.
Como é terrível enfrentar meu próprio eu, enfrentar os
fantasmas dentro de mim,
Combater os instintos ferozes, as vontades obscenas, o mal atávico.
O que me fez eu? Por que sou assim?
O mistério que me cerca é imenso, a verdade que procuro
- Se é que ela existe - se esconde muito bem no escuro...
No escuro do meu ser, no escuro de meu inconsciente borbulhante.
Temo por mim,
Talvez um dia descubra porque sou assim,
E ai...
Quem sabe, talvez seja tarde demais...
(Andersonc)
|