A Garganta da Serpente

Andersonc

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Grito de existência

Eu sou uma existência sintética, um organismo etéreo no cosmo imenso.
Ser reverso, de personalidade perniciosa, de pensamento intenso.
Fruto do fazer da energia cósmica, criação ignóbil do onipotente.
Eu sou nada mais que humano: mortal, imperfeito, descrente.

Minha humanidade grita, meu desespero é alimento:
Alimento acre, combustível para o tormento.
Minha alma navega, conhece o mundo, vive a volúpia do existir,
Meu corpo parco, ao contrário, está sempre adiando partir.

Sou um paradoxo, uma dúvida para mim mesmo, um sempre vir a ser.
Descobri que viver nada mais é que sinônimo de sofrer.
Mas não vivo por viver, tenho planos, tenho sonhos,
Sonhos quiméricos e estranhos.

Meus versos, minhas confissões, retratos de minha alma humana.
Sou uma existência errante, uma mente desesperada e profana.
Não há como escapar, minha consciência grita:
Você existe!

Mas um dia serei apenas pó; e uma saudade...


(Andersonc)


voltar última atualização: 25/11/2008
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