A Garganta da Serpente

Ana Maria

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

ORAÇÃO

Quero descansar e a vida pede movimento.
Quero silêncio e o amor impõe canções
Então lembro de um tempo doce, onde procurava incansavelmente pelo fim do mundo.
Nunca o encontrei
Apenas belas paisagens
E de tantas paisagens, meus olhos perderam a inocência.
Sei que o mundo não termina em um precipício.
Mas a vida pode se transformar em um.

Tenho nas mãos um vaso de orquídeas e uma navalha.
Entrego minha vida por amor ou por ódio
E me canso da dualidade
Então grito!

Senhor de todas as cores e todas as dores,
Que deste o sonho ao homem e não o ensinou a usá-lo
Rogo-te!
Silencie em mim os tambores. Não quero mais guerrear
Quero despir-me da armadura.
Abrir minha sepultura
E cantar...

Senhor de todas as cores e todas as flores
Ajude-me a silenciar
Encontrar a palavra exata, sem usar rima abstrata.
Reeditar meu destino
Entoar um novo hino
Ajoelhada no altar...


(Ana Maria)


voltar última atualização: 05/11/2007
5353 visitas desde 27/08/2007

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente