A Garganta da Serpente

Ana M.

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Cansei

Cansei-me deste cigarro fumado na espera do tédio
calado na boca do grito não dado
parado fechado inter
ditado
A fumaça que bate nos olhos vermelhos e secos sem água sem nada
O vazio que vaza por tudo
escorre nas frestas já velhas das folhas em branco
caídas já secas do outono de outrora
O cinzeiro já cheio
ainda de tocos de pontas pedaços de órgãos desfeitos
jogados lançados lá longe
tão longe
que eu finda aqui e daqui já não vejo
avisto encontro marcado
cortina de fumaça que fechou-se
Fim
O espetáculo encerra.

E você me vem tão desarmado que me desconstrói inteira
me despenteia toda
jogando por terra meus elmos de aço, armadura de coração


(Ana M.)


voltar última atualização: 26/07/2007
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