Só
Não há ninguém em meu caminho
Ninguém há de saber que eu existi
Das dores e angustias que senti
Da falta secular de um carinho.
Nem um único ser, cruel, mesquinho
Que possa me dizer do que perdi
Que reviva toda a vida que vivi
E nunca mais eu viverei sozinho.
Mas não, nem um ser sequer me vem
Tudo em volta me cuida com desdém
Por décadas é este o meu calvário.
Se o mundo não percebe que eu existo
Cansado de lutar, hoje desisto
E sigo meu destino solitário.
(Anacreonte Sordano)
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