A Garganta da Serpente

Amarildo Barreto de Almeida

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Praia da Lagoinha

Na Lagoinha tem mirante
que faz bem ao visitante.
Desanuvia o semblante
que rejuvenesce naquele instante.

E o sol que abrasa a pele
com o mar que abraça e repele,
fundem-se ao vento
para livrar-nos por um momento
de toda fadiga e todo tormento.

E as ondas que a terra banham.
Que hora recuam, hora avançam.
Quando nas rochas elas se lançam,
é um espetáculo que aos olhos alcançam.

Pois a cada arrebentação
na barricada de contensão.
Um chuvisco que toma o ar,
docemente vem afagar
minha face que estás a vagar.

Quando na praia ponho-me a andar
rumo ao vislumbre daquele mirar.
O caminho que se faz estreitar
por entre os rochedos e o avanço do mar.
De repente me leva a postar
defronte a uma fonte de água a jorrar.
Que saída da rocha pra no mar desaguar
sacia minha sede, banha meu corpo
e faz minha alma enlevar.

E o despontar do crepúsculo
que se anuncia no limiar.
Adorna de cores o céu a terra e o mar.
E o vermelho das falésias que parecem dourar.
São como seios desnudos
Expostos a bronzear.

A lagoinha é assim...
A todos há de encantar:
Entre a dispersão do veleiro
e a solidão do coqueiro
a lagoinha é estaleiro
que meu coração quer aportar.


(Amarildo Barreto de Almeida)


voltar última atualização: 14/06/2010
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