ÉDEN
Entranhem este corpo cansado de procurar
Esta fronte incapaz de ocultar as intempéries
Perenemente no prazer!
Me encerrem no paraíso
Alguém me diga onde fica o espaço que flutua
Onde tudo é contentamento,
E ninguém e nada nos desfaz!
Me internem no paraíso
Lá, esta nuvem fugaz e perseguidora
Tornar-se-á imperecível, presente,
Vincada nos dias tão pejados de insignificâncias
Me esqueçam no paraíso, por tão ânsia me desvaira
desse letargo
Conduzam-me para algum lugar pintado, ténue, harmonioso, límpido
Com ondas de sabor
E algodão doce
(10 Março 2008)
(Alzira Lima)
|