A Garganta da Serpente

Alzira Lima

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CONSTRUÇÃO

Eu, que sou o teu sono,
Acordo-me na virgindade de afagar…embalo a realidade

Vivo todas as vidas que me encontro na tua busca.
Sou um espaço por preencher, abarrotado de ti
Um lugar por percorrer que almeja o teu toque

Impulso ignorado…

Que esta lágrima revele a relatividade de ascender
Escalando os sulcos que dilataram a idade do nascimento

Origem indefinida tão decisivamente cultivada
De que em mim nunca acaba o que acontece

Quatro braços que se atalham adormecidos…
Sombra inócua da tua presença insistentemente algemada
Anestesia que não permite a dor

Marioneta sem fios…no desafio do adormecido
Viajante alienada por uma casa afinal não construída
Morte espaçada…


…Até um dia
Eu que desenharei as nossas paredes
Num chão de pedras preciosas
Que as tuas mãos irão alimentar, uma a uma,

Absoluta incerteza do amanhã!


(Alzira Lima)


voltar última atualização: 14/07/2008
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