A Garganta da Serpente

Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo
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Toda aquela mulher tem a pureza
Que exala o jasmineiro no perfume,
Lampeja seu olhar nos olhos negros
Como em noite d'escuro um vaga-lume...

Que suave moreno o de seu rosto!
A alma parece que seu corpo inflama.
Ilude até que sobre os lábios d'ela
Na cor vermelha tem errante chama....

E quem dirá, meu Deus! que a lira d'alma
Ali não tem um som - nem de falsete!
E sob a imagem de aparente fogo
É frio o coração como um sorvete!


(Álvares de Azevedo)


voltar última atualização: 10/05/2017
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