A Garganta da Serpente

Álvares de Azevedo

Manuel Antônio Álvares de Azevedo
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Ao sol do meio-dia eu vi dormindo
Na calçada da rua um marinheiro,
Roncava a todo o pano o tal brejeiro
Do vinho nos vapores se expandindo!

Além um Espanhol eu vi sorrindo
Saboreando um cigarro feiticeiro,
Enchia de fumaça o quarto inteiro.
Parecia de gosto se esvaindo!

Mais longe estava um pobretão careca
De uma esquina lodosa no retiro
Enlevado tocando uma rabeca!

Venturosa indolência! não deliro
Se morro de preguiça.... o mais é seca!
D'esta vida o que mais vale um suspiro?


(Álvares de Azevedo)


voltar última atualização: 10/05/2017
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