A Garganta da Serpente

Alvarenga Peixoto

Luís de Alvarenga Peixoto
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

EU NÃO LASTIMO O PRÓXIMO PERIGO

Eu não lastimo o próximo perigo
uma escura prisão, estreita e forte,
lastimo os caros filhos, a consorte,
a perda irreparável de uma amigo.

A prisão não lastimo, outra vez digo,
nem o ver iminente o duro corte,
que é ventura também achar a morte
quando a vida só serve de castigo.

Ah, quão depressa então acabar vira
este enredo, este sonho, esta quimera,
que passa por verdade e é mentira!

Se filhos, se consorte não tivera
e do amigo as virtudes possuíra,
um momento de vida eu não quisera.


(Alvarenga Peixoto)


voltar última atualização: 06/12/2005
12283 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente