A Garganta da Serpente

Aluisio Martins

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Segregando é ser gregário

Não é a conta o que conta

Não é chegada
É estrada

Não é ruma
É rumo

Não é tudo
É sumo

Não é roupa
É polpa

Panos pras mangas

Quem teme frio é espinha
Mente vazia não tem agasalho

Todo galho quer seu próprio macaco
Rabo feio não tem espelho

Toda farda mata
Ad hoc veste o pop

Toda falta é sem miolo
Vida sem cardápio

Toda fome quer ter boca
Dente não morde vácuo

Toda lã é vã
Culpa mora no bolso

Toda cova é cama
Dorme neném que a Cuca vem pegar

Toda morte é fama
Alguém vai te canonizar

Falta carne para quem a carne farta

Deputado agulha é sem linha
Um dedo de prosa fura bobo

A vida é boa
É imoral e engorda

Papa na língua é pecado
Quem tem crina não é gago

Valente só mente medo.

Larga desse estou junto nesse mundo
Porque todo destino é capim
Mas antes disso
Estrume que boi não come.


(Aluisio Martins)


voltar última atualização: 26/07/2000
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