A COMPAIXÃO DA REJEIÇÃO
Acreditando que nunca a teria...
Esfaqueei meu triste coração...
Somente para saber como seria.
Morrer rapidamente por minha paixão.
As lágrimas tomaram meus olhos...
O sangue rubro me cobriu como véu...
O frio mordaz me consumiu até os ossos...
Existência rasgada como folha de papel.
E no sofrimento eu encontro a felicidade...
O padecer de minha mais voraz paixão.
Levo meus lamentos para a eternidade...
A extinção de minha mais querida devoção.
Morri lentamente tantas vezes por você...
De ciúme, de desejo e arrependimento.
Te amei tantas vezes sem saber porque...
A incapacidade de tê-la foi meu maior tormento.
Preferi o gosto do aço em meu peito...
A continuar com esta vida miserável...
Sem você - não vejo mais saída ou jeito...
Suicídio passional e lamentável.
Minha respiração está tão ofegante...
Meu pulso cada vez mais fraco...
Minha garganta seca e os olhos cintilantes...
Meu cansado rosto frio e opaco.
Desorientado, sinto sua lenta aproximação...
A maciez de seus passos e o perfume de seu corpo.
Rapidamente o sangue jorra em profusão...
Quando você tira a faca de meu corpo semi-morto.
Compaixão nunca foi uma de suas qualidades...
Porque agora seria diferente, não?!!.
Você fecha meus olhos para a eternidade...
Enquanto me apunhala mais uma vez no coração.
(24/12/2001)
(Alisson Andrello Couto)
|