A Garganta da Serpente

Aline Aimée

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Vapores

a lentidão eterna do pó suspenso
magnetiza meus olhos rijos,
olhos de concreto:
paredes que me encerram o interno

escuro

na inospitalidade fria e acre
de pulmões em coma
inspirando a sua ausência
expirando o anseio
pela simultaneidade contigo

silêncio simultâneo
presença quente
espaço compartilhado

do buraco que herdei
sorvo vapores
(é o que resta)
vapores da memória

teu rosto na moldura do meu peito


(Aline Aimée)


voltar última atualização: 19/04/2011
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