Vapores
a lentidão eterna do pó suspenso
magnetiza meus olhos rijos,
olhos de concreto:
paredes que me encerram o interno
escuro
na inospitalidade fria e acre
de pulmões em coma
inspirando a sua ausência
expirando o anseio
pela simultaneidade contigo
silêncio simultâneo
presença quente
espaço compartilhado
do buraco que herdei
sorvo vapores
(é o que resta)
vapores da memória
teu rosto na moldura do meu peito
(Aline Aimée)
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