A Garganta da Serpente

Aline Aimée

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Dual

é dual o abraço que te espera
vem da fera besta ensandecida
que dilacerava as eras

sobe um monte verde que transforma
veste a cinta firme
que transtorna
desola
e oculta
a sede venenosa da serpente
que se enrola
em manto inofensivo de cordeiro
precisa alinhar
o bailar das borboletas
com a linha do horizonte
fazendo-se fera adormecida
domada
dual

de um sacrifício maior que a beleza do crepúsculo
desiste
baixa a cabeça às circunstâncias
num polido abraço
dual
sofrido, mas dual

porque do alto.


(Aline Aimée)


voltar última atualização: 19/04/2011
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