A Garganta da Serpente

Alexandre Medeiros Martins

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Hermenêutica

Poderia escrever qualquer coisa, palavras foram feitas para ser catadas no ar, estão onde todos as vêem, música dylaniana, fácil é captar-lhes o que delas se quer. É como trocar a métrica, encurtar o espaço do abismo entre a letra solta e o verso curto, cortado e sem ritmo, o espaço que se pula logo após descobrirmos não haver abismo, é só um ínfimo passo extático, move mais por dentro do que por fora, mas parece o contrário. Os movimentos estão onde todos os vêem; uns mais; outros, menos. Que se há de fazer com espaços diminuídos senão alargar-lhes as fronteiras? Traçar uma linha, respondo sem muita convicção, poderia escrever qualquer coisa, música dylaniana, letra solta ou verso curto, abismo de palavras no ar, livre, onde todos o vissem e movesse tanto por fora quanto por dentro, mas que perecesse o contrário. Os movimentos estão mais para uns; para outros, menos. Para outros, Vênus.


(Alexandre Medeiros Martins)


voltar última atualização: 16/03/2008
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