A Garganta da Serpente

Alexandre Medeiros Martins

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Vai, poema, voa pelo pampa
e encontra as doces mãos dela;
vai e dize a ela sobre o tesouro que a vida espalha,
dize que, se houvesse
entre nós mais canção, menos distância,
seria então o acalmar do aperto,
o findar de minhas ânsias.
Vai cheio de augúrios como as aves,
vai como os ventos e encontra o sorriso dela;
vai livre, sem fraquezas;
vai certo e preciso,
vai até ela como se fosses
uma canção nos lábios
que outros lábios lhe enviaram;
vai sem receios de porta fechada
e eterniza o seu ser em minha voz.
Vai e dize a ela
que faltaram longas conversas,
que desculpe o tempo pequeno;
dize da sorte de um afago,
dize da intenção de tuas linhas
serem nada mais que dar vida ao sentimento;
vai e leva flores
para adornar os cabelos dela;
vai em apenas um instante,
vai com todo o calor do momento
em que espero tua chegada;
vai sobretudo com a certeza
de que o dia de amanhã
possa dar um brilho
de maior alegria aos olhos dela.


(Alexandre Medeiros Martins)


voltar última atualização: 16/03/2008
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