MEDITAÇÃO
ESCRITA A FRIO SOBRE A PEDRA
quando eu nasci um anjo porco
desses que andam nos esgotos
veio ler a minha mão
não
disse nada
e de soslaio
seguiu subtraindo no ar de maio
todos os signos postos na escritura
quando eu nasci um anjo morto
louco cego súbito e inconstante
veio ler a minha mão
esse
farsante
riscou um tosco enigma em minha pele
sem anestesia:
será Poesia?
(Março/2005)
(Aldemar Norek)
|