A Garganta da Serpente

Alberto Velasquez

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Poética

A poesia não morre quando os leitores querem,
nem quando o sol se fecha, impondo a noite,
nem quando as ideias se esfumam no vento,
e o vento às estrelas faz polidas
até perecerem no templo.

De que cada um é evento, os quais agora inocento,
conhecedor da verdade de que os poetas mentem,
porque são personagem-de-vontade-sem-coragem-de-antecipação-do-fim
de-um-poema-já-morto, de um conjunto absorto
a que os enganados engestam num sim.

E é por isso que não preciso de esboçar a morte
deste poema que nem é poema, desta luta-de-porte
escuta de quem espera que o meu esquisso acabe agora,
ou pelo menos que agora tal seja nas palavras anunciado.
antes que o desespero tome conta do achado.

Mas..

É tempo de provar (de contrariar o passado)
Que a poesia não morre quando os leitores querem
Porque ainda há poetas autónomos, porque os profetas não vencem,
porque sou "cúmulo de poetónomo" e não anuncio a quem pertencem..
..os corações de cada uma das palavras.


E o poema não acaba aqui. Não existe. Nunca começou.. na minha cabeça, nem aqui.

A começar seria aqui, e porque um ser humano errou..


Mas não vou escrevê-lo. Não vou escrevê-lo em raiva,
pois não sou manipulado pelo ouvido dos outros.

Afinal..

O que é a arte?


(Alberto Velasquez)


voltar última atualização: 05/10/2004
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