A Garganta da Serpente

Alain Bisgodofu

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a lavagem televisiva do dia pesa como um comercial de espuma
nas gírias do banheiro o batuque é dor de meteoro
feito bugiganga reza-mundo dobrou o joelho e ninguém vacila
enquanto cachimbo desassossego no chão de minha espécie
os urubus se amedrontam
sinto galopar o corcel nas alamedas da roça
coração sem fábula sortilégio transgressor
minhas mãos desmaiam em teu rosto
ódio braçal a novidade bóia-fria cortou cana
por isso vou alimentar o carro
ser a picaretagem irracional da razão
no crucifixo torto charada xamã

(do livro as pregas da boca)

(Alain Bisgodofu)


voltar última atualização: 09/10/2008
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