REFÉM DA SOLIDÃO
Uma jovem donzela encontrou-se
Com o seu destino.
Não era um belo rapaz,
E nem um feio bobo da corte.
Mas sua nobreza,
Misteriosa e introvertida,
Conquistou seu coração.
A jovem, apaixonada se entregou
Sem receios e arrependimentos.
O amor antes adormecido,
Despertado fora em gemidos.
Estavam nus,
Completamente entregues à sua natureza,
O Éden agora passava a ser um paraíso.
A voz do vento a fez despertar,
Decepcionada sozinha se encontrou,
Procurou pelo seu amor em todas as partes,
A tristeza novamente batia-lhe à porta,
Voltaria a ser refém da solidão?
Não havia rastros, pegadas; nenhum sinal.
Seu amor desaparecera como por encanto...
Subitamente tudo começou a escurecer
Nada mais se ouvia...
Gradativamente tudo em sua volta começou a tomar forma:
Era um aposento rodeado de livros,
Aquecido por uma discreta lareira;
Próximo à janela, uma senhora
Contemplava seu horizonte perdido.
De posse de um retrato
Segurava-o de encontro ao peito.
Seu olhar estava perdido
Na mais profunda solidão.
As lágrimas caíram molhando
O vidro que o envolvia,
Dentro dele o rosto do seu jovem amado,
O único que ela verdadeiramente amou,
... E que nunca mais voltou.
(Agamenon Troyan)
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