A Garganta da Serpente

Affonso Romano de Sant'Anna

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Cena Familiar

Densa e doce paz na semiluz da sala.
Na poltrona, enroscada e absorta, uma filha
desenha patos e flores.
Sobre o couro, no chão, a outra viaja silenciosa
nas artimanhas do espião.
Ao pé da lareira a mulher se ilumina numa gravura
flamenga, desenhando, bordando pontos de paz.
Da mesa as contemplo e anoto a felicidade
que transborda da moldura do poema.
A sopa fumegante sobre a mesa, vinhos e queijos,
relembranças de viagens e a lareira acesa.
Esta casa na neblina, ancorada entre pinheiros,
é uma nave iluminada.
Um oboé de Mozart torna densa a eternidade.


(Affonso Romano de Sant'Anna)


voltar última atualização: 02/09/2010
14986 visitas desde 01/07/2005
Que tal comprar um livro de Affonso Romano de Sant'Anna?


  • Antes Que Elas Cresçam

  • Barroco - do quadrado à elipse

  • Com Clarice

  • Drummond: o Gauche no Tempo

  • Entre Leitor e Autor

  • Os Melhores Poemas De Affonso Romano Sant'anna

  • Música Popular e Moderna Poesia Brasileira

  • Poesia Reunida 2005/2011 - Vol. 3

  • Porta de Colégio e Outras Crônicas

  • Sísifo Desce a Montanha


Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente