A que não falte....
Já vou compondo
em tom de despedida.
Não que eu me vá,
mas me preparo ,agora,
a que não falte,
quando da partida,
e esqueça alguém,
na pressa de ir-me embora.
Cinqüenta anos...
Para alguns..bem menos...
nos congraçaram
em sofrimento , amigos,
e a mesma fé,
mesmo vivendo extremos,
mais estreitou-nos
em afeto..Digo
que não me esqueçam,
mesmo que anos passem
com os caminhos
tornando-nos dispersos,
mesmo que mais
nos distancie a morte..
Lhes devo muito...
E vocês todos sabem
que ,toda a vez que eu poetar,
meus versos
terão saudades
de quem lhes deu porte.
Taças ás mãos,
num brinde derradeiro,
mas tão sincero,
puro e verdadeiro
quanto a amizade
que nos aproxima.
Adeus, amigos...
E um amigo afirma,
que somos todos,
na hora que se exangüe,
todos irmãos
e quase irmãos de sangue.
(Aecio Kauffmann)
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