TAPERA
Esta carcaça
tão envelhecida.
Abrigo tosco
de imperfeita alma
- encarquilhada,
lerda e emurchecida -
que não encontra
nem concede calma,
É qual tapera
de sonho alentado;
de juvenis aspirações...
de amores....
É traste triste...
É mango abandonado.
É poncho velho,
roto e já sem cores...
Pobre de uso,
que outra serventia
já mais não dá...
apenas que lembranças
em cada dobra,
a se abrigar, do pano...
É xiru-velho,
que a única ousadia
é recordar o pampa
e as andanças
a esperar seu último minuano.
(Aecio Kauffmann)
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