A Garganta da Serpente

Adriano Vinagre

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

O nada

De olhos cabisbaixos vago,
vago pela rua, pela fome,
pela morte, vago em seu nome,
vago no silêncio do lago...

O vazio se degladia em minha mente,
a multidão entorpece-me o peito,
fico a chorar em nosso leito,
perdido no tiroteio como a criança inocente...

Essa semana não tem choro nem riso,
essa semana não se tem nada liso,
essa semana é a semana do nada...

E no nada eu nado, e me afogo,
me afogo na vida-cilada,
não me resta nada, só o nada e logo...


(Adriano Vinagre)


voltar última atualização: 30/10/2003
7431 visitas desde 01/07/2005
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente