A Garganta da Serpente

Adriano de Andrade Barbosa

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Interrogação

Não te vi, tampouco te ouvi
Teus traços tento em vão desenhar
Apenas teu coração, pulsando, senti
Em leve descompasso, feliz a galopar

Uma nuvem embaça teu rosto
Um ruído distorce tua voz
Não sei qual é teu gosto
Teu cheiro é vento feroz

Mesmo que soubesse tua cor
Mesmo que entendesse tua dor
Se não te toco, perco a razão

Preso numa incontida euforia
Quem sabe um encontro, um dia
Não acabe com essa interrogação?

(Dezembro/2003)


(Adriano de Andrade Barbosa)


voltar última atualização: 29/04/2004
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