Interrogação
Não te vi, tampouco te ouvi
Teus traços tento em vão desenhar
Apenas teu coração, pulsando, senti
Em leve descompasso, feliz a galopar
Uma nuvem embaça teu rosto
Um ruído distorce tua voz
Não sei qual é teu gosto
Teu cheiro é vento feroz
Mesmo que soubesse tua cor
Mesmo que entendesse tua dor
Se não te toco, perco a razão
Preso numa incontida euforia
Quem sabe um encontro, um dia
Não acabe com essa interrogação?
(Dezembro/2003)
(Adriano de Andrade Barbosa)
|