Uma vez mais
Acordar,
Mas não dorme,
Mas sonha um sonho ruim.
Se a realidade...
Queria abrir os olhos,
Esconder-se sob a cama.
Talvez ver o mundo,
Talvez não ver...
Está preso em um vidro transponível...
Queria tocá-lo.
Queria o perfume amigo,
Mas só sente as fétidas entranhas.
Devora-o o verme de garras.
Despe-o o peito dilacerado.
Suga-lhe a vida,
Mas não dá-lhe a morte.
Seiva-o a si.
Lembra-se criança.
Procurava um colo...
Encontrava a si.
Hoje a coragem sucumbiu,
Quem sabe, ficara nos anos passados,
Perdida em algum lugar em si.
(Adriano Coutinho)
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