São Paulo
São Paulo teus cheiros não se repetem,
teu trânsito insano não me matou
e teu lindo Ibirapuera me conquistou.
Teus meninos na rua,
de tudo na rua, sempre na rua.
Teus prédios altos
oprimindo pequenas casas.
O mendigo na praça,
o empresário em carro blindado,
o Japonês de riso curioso,
tuas belas e enigmáticas mulheres.
São Paulo porque não dormes?
Teu dia se faz noite, não podes parar.
O teu tempo é outro,
é o tempo do progresso, do dinheiro,
da prostituta na rua.
É o tempo de oportunidades,
da desgraça de teus filhos.
Sou São Paulo,
sou teu rio poluído
com promessas de melhores amanhas.
Sou tua historia, tua excentricidade.
Cidade veloz, imbatível,
faz-te bela, faz-te singela,
faz-te São Paulo.
(Adriano de Campos)
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