A Garganta da Serpente

Adriana Pavani

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Ah! O Tempo!

O Tempo passa qual vento
e, para a memória, traz tudo para dentro,
marcando sempre, o nosso tempo.
Ah! O Tempo!
Fugimos Dele quase enlouquecidos.
Nos sentimos escravizados,
atrelados ao ponteiro do relógio.
Cada tic-tac é um compasso,
marcando o nosso passo,
rumo ao próprio Tempo,
que agora, é nosso inimigo,
pois não temos tempo nem para o próprio Tempo
porque só temos tempo para olhar nosso próprio umbigo.
E, ainda que lacemos longe o relógio,
não há como Dele fugir.
Cada novo dia é um começo e recomeço.
E nós O sentimos cada vez que estamos diante do espelho,
pois Ele nos cerca a vida inteira:
do nascimento à morte,
no azar e na sorte...
Não há como recusar este dote.
E não há como voltar para trás,
pois o ciclo da vida é um grande relógio
que nos desperta a cada dia.
E, ainda que Ele nos leve ao necrológio,
nós partiremos e Ele ficará,
sempre dia e noite, noite e dia,
no seu eterno tic-tac melodia,
firme, incansável, em seu trabalho interminável,
nos ponteiros de algum relógio...


(Adriana Pavani)


voltar última atualização: 03/05/2010
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